IMPACTO DA RESTRIÇÃO PROTEICA EM PORTADORES DE NEFROPATIA DIABÉTICA EM FASE NÃO DIALÍTICA
DOI:
https://doi.org/10.5380/acd.v23i2.79483Palavras-chave:
nutrição, nefropatia diabética, restrição proteica, dieta hipoproteicaResumo
Introdução: A nefropatia diabética (ND) é uma doença que afeta a estrutura e a funcionalidade renal. Acomete cerca de 30-40% dos pacientes diabéticos e é a principal causa de doença renal crônica (DRC) no mundo. No Brasil, de acordo com as estimativas do Censo de Diálise SBN 2018, o diabetes melitus (DM) é a causa atribuível de DRC em cerca de um terço dos pacientes em terapia renal dialítica, seguido da doença renal hipertensiva responsável por 34% dos casos como causa de DRC dialítica. Alguns fatores de riscos estão associados ao desenvolvimento e à progressão da ND, sendo os mais definidos na literatura a hiperglicemia e a hipertensão arterial sistêmica (HAS). Além disso, tem sido sugerido que o hábito de vida, a predisposição genética e as complicações como obesidade, retinopatia diabética e neuropatia autonômica estão associados a um risco aumentado de desenvolvimento de ND. A alimentação exerce papel importante na progressão da ND ao passar dos anos e a adoção de uma dieta hipoproteica (0,6-0,8g/kg) é proposta como um dos fatores que pode contribuir para retardar o declínio da taxa de filtração glomerular. Objetivos: Avaliar estudos disponíveis na literatura acerca do benefício da dieta restrita em proteína na progressão da nefropatia diabética Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, em que foram levantados artigos nas bases de dados PubMed, Cochrane, Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), no período de novembro de 2019 a maio de 2020, sendo identificados 23 artigos nas bases de dados supracitadas. Resultados: após a busca na literatura foi possível identificar que há algumas divergências entre os estudos, principalmente em respeito à fonte de proteína e não apenas à oferta de uma dieta hipoproteica. Parece que um consumo proteico de fontes animais como carne de frango e peixe e de fontes vegetais exercem um papel protetor da função renal. No entanto, há estudos que sugerem a restrição de proteínas apenas nos pacientes com excreção de albumina urinária elevada (> 300 mg/24 h) e com redução progressiva da TFG (< 60 mL/min/1,73 m²). Conclusão/Considerações finais: A intervenção nutricional para pacientes portadores de ND não deve ser baseada apenas na restrição proteica, mas sim no perfil da proteína ofertada. Além disso, um padrão de dieta com mais do que uma intervenção possivelmente protetora da função como dieta hipossódica, controle do consumo de carboidratos e tipo de lipídios ingeridos na dieta parece ter maiores benefícios em relação ao declínio da TFG.
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