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Testando modelos alternativos em economia da sustentabilidade: Baumol versus Georgescu-Roegen

Nilton Bispo Amado, Carlos Germán Meza, Ildo Luis Sauer

Resumo


Dado o caráter ubíquo das leis da termodinâmica, seria razoável esperar que a divergência entre sustentabilidade forte e sustentabilidade fraca pudesse ser submetida a testes críticos. Ou seja, deveria ser possível usar a teoria de produção neoclássica e as leis da termodinâmica para gerar previsões capazes de questionar a adequação empírica do programa de pesquisa neoclássico no que se refere à sustentabilidade. Entretanto, o estado atual do debate normalmente sugere o oposto, isto é, a evidência atualmente disponível não é suficiente para construir refutações. Contrariamente a esse prognóstico, argumentamos que a evidência atualmente disponível permite construir testes críticos potencialmente capazes de refutar os modelos em disputa. Entretanto, tal construção requer que não se restrinja a análise da sustentabilidade ao tipo de evidência tradicionalmente usada por tais modelos. Defendemos que teorias alternativas devem ser explicitamente empregadas para dar significado a novos tipos de evidência. Sem a explícita mobilização de teorias alternativas para avaliar novos tipos de evidência, críticos da teoria ortodoxa ficam presos em uma armadilha epistemológica, em que o programa de pesquisa questionado determina o que é ou não cientificamente significativo. Para exemplificar as perspectivas da proposta metodológica aqui apresentada, aplicamos essa abordagem a um modelo neoclássico particular, o modelo de Baumol, no qual se defende explicitamente a possibilidade de continuar indefinidamente a trajetória de crescimento econômico desencadeada pela Revolução Industrial. Os resultados refutam o modelo neoclássico testado, demonstram a necessidade de distinguir a substituição intensiva da extensiva de recursos naturais e corroboram o modelo fundos-fluxos de Geogescu-Roegen.

Palavras-chave


testabilidade; desenvolvimento sustentável; crescimento econômico; recursos naturais; energia

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v42i0.48764