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Gênero, agroecologia e economia solidária: estudo de caso do grupo de mulheres do Acampamento Recanto da Natureza em Laranjeiras do Sul – PR

Flávia Regina Fernandes Silva

Resumo


A lógica produtivista e mercadológica dominante no processo de modernização do campo, reforçada por políticas neoliberais, além de causar danos ao meio ambiente, modificou os processos de produção e consumo do alimento e aumentou a pobreza e a exclusão social, sendo as mulheres as mais afetadas nesse processo. No entanto, dentro desse cenário, vêm surgindo novas estratégias, como a agroecologia e a economia solidária, que estão possibilitando às famílias agricultoras camponesas continuar resistindo e existindo no campo, com as mulheres sendo protagonistas dessas políticas alternativas de sustentabilidade. O presente artigo visa refletir sobre a importância da participação das mulheres camponesas em grupos produtivos, que adotam a agroecologia como estratégia de desenvolvimento local, a fim de possibilitar maior inclusão da questão de gênero nessa discussão. Para tal, realizou-se uma pesquisa qualitativa baseada em dados retirados de entrevistas coletadas com homens e mulheres membros do grupo de agroecologia do Acampamento Recanto da Natureza em Laranjeiras do Sul (PR), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A pesquisa evidencia a importância da participação das mulheres para o desenvolvimento e o fortalecimento da comunidade, assim como para a autonomia econômica e política delas, favorecendo seu empoderamento e a ressignificação identitária. Ao mesmo tempo, busca-se problematizar a sobrecarga de trabalho acumulado, fruto da naturalização da ideia de que o trabalho doméstico é apenas responsabilidade das mulheres, o que dificulta maiores avanços na construção de uma comunidade mais equitativa e sustentável.

Palavras-chave


mulheres; agroecologia; soberania alimentar; economia solidária

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dma.v39i0.45697