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Murilo Mendes, as janelas e o diabo

Vinícius Honesko

Resumo


A partir da leitura das cartas trocadas por Murilo Mendes com a amiga Laís Araújo e com a irmã Virgínia Mendes, nos cinco anos que precedem sua morte, o presente ensaio analisa como certo traço melancólico de fim de vida, apontado pela crítica como característico dessa fase da poética muriliana, marca, pelo contrário, todo seu agir poético desde seus princípios. Assim, observa como a desolação presente nas cartas, a sensação de abandono e agonia, além de ser uma constante nos textos contemporâneos – Ipotesi, Conversa Portátil – também pode ser vista já em textos das décadas de 30 e 40 – A Poesia em Pânico, O Discípulo de Emaús, Poesia Liberdade. Por fim, propõe que tal agonia melancólica, por ser, de certa maneira, uma constante na poética de Murilo, não emperra sua escritura, mas é o próprio mecanismo de seu agir poético.

Palavras-chave


Murilo Mendes; Agir poético; Escritura poética

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rel.v93i1.43586