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A vulnerabilidade social dos municípios do litoral do Paraná: construção do Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) com base nos dados dos setores censitários IBGE 2010

Natália Tavares de Azevedo

Resumo


Neste artigo apresenta-se o processo de construção do Índice de Vulnerabilidade Social aplicado aos municípios do litoral do Paraná, bem como a análise de alguns resultados. Adotou-se uma perspectiva histórico-crítica, considerando os processos de diferenciação socioespacial como homologamente relacionados aos processos de acumulação, diferenciação e reprodução social nas sociedades capitalistas. Assim, a construção da métrica da vulnerabilidade social – a condição de indefesa dos indivíduos e domicílios frente a mudanças e riscos – é entendida como uma etapa no processo de compreensão da produção da vulnerabilidade social, que se expressa espacialmente como formas de diferenciação e segregação e que deve ser interpretada a partir dos processos históricos concretos. O IVS foi construído reproduzindo parcialmente a metodologia do IPVS da Fundação Seade, do estado de São Paulo, levando em conta as dimensões socioeconômica e demográfica das desvantagens sociais. Os resultados apontam para uma abrangente situação de vulnerabilidade social nos setores rurais, com destaque para os municípios de Antonina e Guaraqueçaba, condição essa ligada ao declínio da importância das atividades agropecuárias historicamente observado no litoral do Paraná. As melhores situações nos setores rurais estão em Guaratuba e Morretes, municípios que apresentam uma produção agropecuária mais significativa economicamente. Já nos setores urbanos, aponta-se processos de segregação espacial ligados; em Paranaguá, as transformações na atividade portuária e ao declínio de sua importância na composição da economia no município. Nos municípios praiano-turísticos, a segregação espacial divide as áreas de moradia da população local, em grande parte migrantes de baixa renda, das áreas destinadas às segundas residências dos veranistas.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/guaju.v2i2.49767

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