ESTRATIGRAFIA E EVOLUÇÃO DA BARREIRA HOLOCÊNICA DO RIO GRANDE DO SUL NO TRECHO TRAMANDAÍ-CIDREIRA
Resumo
A barreira costeira de idade holocênica (sistema barreira-laguna IV), no Rio Grande do Sul, não evoluiu
de um modo uniforme nos últimos 6 5 ka, ao longo dos seus 620km de extensão. O segmento da barreira
investigado neste trabalho situa-se entre dois outros segmentos, um ao norte e outro ao sul, onde a barreira
holocênica apresenta um caráter regressivo e transgressivo, respectivamente. Com base em dados morfológicos,
litológicos de sub-superfície, datações por 14C e simulações de evolução costeira, foi definida uma natureza
transgressiva para este segmento da barreira, porém não uniforme ao longo de seus 30 km de extensão, e
estabelecida a sua cronologia evolutiva. Em Tramandaí, a barreira permaneceu relativamente estável nos
últimos 6 5ka, enquanto que em Jardim do Éden e Cidreira a barreira apresentou um comportamento
dominantemente transgressivo. Estas diferenças evolutivas são atribuídas a fatores locais que influenciaram
no balanço de sedimentos. Como principal fator local é destacada a declividade diferenciada dos substratos da
barreira em Tramandaí (0,062°), Jardim do Éden (0,067°) e Cidreira (0,069°), a qual, por sua vez, influenciou
nas taxas de translação da barreira durante a elevação do nível do mar, e na energia das ondas incidentes no
sistema praial.
de um modo uniforme nos últimos 6 5 ka, ao longo dos seus 620km de extensão. O segmento da barreira
investigado neste trabalho situa-se entre dois outros segmentos, um ao norte e outro ao sul, onde a barreira
holocênica apresenta um caráter regressivo e transgressivo, respectivamente. Com base em dados morfológicos,
litológicos de sub-superfície, datações por 14C e simulações de evolução costeira, foi definida uma natureza
transgressiva para este segmento da barreira, porém não uniforme ao longo de seus 30 km de extensão, e
estabelecida a sua cronologia evolutiva. Em Tramandaí, a barreira permaneceu relativamente estável nos
últimos 6 5ka, enquanto que em Jardim do Éden e Cidreira a barreira apresentou um comportamento
dominantemente transgressivo. Estas diferenças evolutivas são atribuídas a fatores locais que influenciaram
no balanço de sedimentos. Como principal fator local é destacada a declividade diferenciada dos substratos da
barreira em Tramandaí (0,062°), Jardim do Éden (0,067°) e Cidreira (0,069°), a qual, por sua vez, influenciou
nas taxas de translação da barreira durante a elevação do nível do mar, e na energia das ondas incidentes no
sistema praial.
Palavras-chave
estratigrafia costeira; barreiras costeiras; Shoreface Translation-Barrier Model; coastal stratigraphy; coastal barriers; Shoreface Translation-Barrier Model
Texto completo:
PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5380/geo.v57i0.6043