Acessibilidade / Reportar erro

A função das políticas compensatórias na reforma educacional da década de 1990, na Argentina

The function of compensatory politics on education reform of the decade of 1990 in Argentina

Resumos

Este trabalho discute o aparecimento e a função das políticas compensatórias na reforma educacional da década de 1990, durante o governo menemista, na Argentina, relacionadas diretamente com a reforma do Estado na época. A retórica destas políticas e da eqüidade encobria uma das características principais das políticas sociais que, na Argentina e na América Latina, tiveram o tratamento da pobreza: a focalização. Assim, as políticas compensatórias aplicadas na educação, especialmente com o Plano Social Educacional, permitiram a focalização, realizando despesas seletivas em obras e distribuição de materiais didáticos em algumas escolas, na tentativa de harmonizar os efeitos do ajuste estrutural e outorgar legitimidade à reforma educacional que se implementava.

educação argentina; reformas educacionais; políticas compensatórias


This work discusses the emergence and the function of the compensatory politics in the education reform of the decade of 1990, during Menem government, in Argentina, which is directly related to State reform at that time. The rhetoric of the compensatory politics and equity covered-up one of the main characteristics of Argentinean, and Latin American, social politics and in Latin America had in relation to poverty treatment: focalization. In this way, the compensatory politics applied on education, mainly Education Social Plan, allowed a focused accomplishing to selective expenses, as buildings and distribution of didactic materials to some schools, which tried to harmonize the effects of structural adjustment and to grant legitimacy to education reform that was implemented.

argentine education; education reforms; compensatory politics


DOSSIÊ - POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO: TENDÊNCIAS E DEBATES ENTRE O GLOBAL E O LOCAL

A função das políticas compensatórias na reforma educacional da década de 1990, na Argentina* * Agradeço a Andréa Barbosa Gouveia e a Silvia Beatriz Adoue pela revisão e comentários ao texto. 1 O governo de Alfonsín (partido Radical) tinha acabado antes do prazo devido ao que, na época, foi chamado de golpe de mercado, desestabilização produzida pelo sistema financeiro. Assim, as primeiras medidas de governo tiveram o apoio dos radicais, questão que permitiu realizar rapidamente as mudanças de orientação neoliberal. 2 Assim, em três anos, aplicou-se uma reforma que incluiu: a privatização da maior parte das empresas públicas, a abertura da economia, a reforma trabalhista anulando o conceito de estabilidade e a política de fixação de salários, a retração das políticas sociais e a privatização de suas funções. O modelo baseou-se em propostas de privatização, descentralização e desregulação, com o objetivo de reduzir o Estado, remetendo ao locus neoliberal do Estado mínimo. 3 As versões do espanhol são da autora. 4 A Lei n. 24049 transferiu as escolas de ensino médio (e outras) para as províncias (estados) completando um processo que tinha começado na ditadura militar (19761982). A rigor, a Constituição Argentina assinala que os estados devem prover a educação, mas isso não era cumprido já que era o Estado Nacional o responsável pela educação e ele criava escolas em todo o território. Os altos índices de alfabetização da população argentina devem-se a essa ingerência do Estado Nacional, que considerava a educação um dos eixos fundamentais para a construção da cidadania, já desde finais do século XIX. 5 Apesar dessa situação, os sindicatos docentes formam dos poucos que sistematicamente fizeram oposição ao governo. No final da década, utilizaram uma nova forma de protesto, a "carpa blanca", uma barraca montada em frente ao Congresso Nacional onde, em forma de rodízio, os professores faziam greve de fome. 6 As temáticas desenvolvidas neste trabalho estão baseadas em aspectos parciais da minha dissertação de mestrado "Políticas educativas a fines del siglo XX en Argentina: un estudio del Plan Social Educativo" de la Maestría en Ciencias Sociales con mención en Educación da Facultad Latino-Americana de Ciencias Sociales (Flacso), sede Argentina. 7 RODRÍGUEZ NOBOA (1992) y (1991) 8 Também a retórica da compensação aparece em importantes documentos latino-americanos produzidos na década, tais como o Tratado de Assunção, que formaliza o Mercosul; a Declaração Final da Reunião de Presidentes Latino-americanos de 1992 e em Educação e Conhecimento: eixo da transformação produtiva com eqüidade, entre outros. 9 Ação semelhante com o Programa Dinheiro Direto na Escola realizado no Brasil durante o governo FHC e que é uma das recomendações do Banco Mundial para a Educação. Embora prática comum no Brasil e outros países, na Argentina não era um fato freqüente a entrega desses materiais por se considerar uma prática assistencialista. Costumava-se fazer tal distribuição nos sindicatos de algumas categorias para os filhos dos associados. Essa é uma das críticas feitas, na época. 10 CORAGGIO (1997), GRASSI; HINTZE et al. (1994), DRAIBE (1993), LAURELL (1995) e ISUANI (1992) destacam essas características para América Latina, especialmente Brasil, México e Argentina. A focalização, aliás, não perde atualidade haja vista recentemente a polêmica desatada na imprensa e no governo Lula sobre a focalização do gasto social: "Economista do PT faz críticas à proposta social de Palocci. Focalização de programas sociais e ênfase no ajuste fiscal, em vez do externo são principais alvos". ( Folha de São Paulo, 21 abr. 2003). "Lula teve aula sobre plano social focalizado mexicano". ( Folha de São Paulo, 27 abr. 2003). "Acordo com o FMI prevê focalização social". ( Folha de São Paulo, 24 abr. 2003). 11 Essa afirmação foi comprovada numa pequena cidade da Província de Santa Fe, na qual fiz trabalho de campo. Ali, todas as escolas públicas estavam incluídas no plano, embora os dados estatísticos oficiais assinalassem que 13,9% da população era considerada pobre estruturalmente. Cabe assinalar que na Argentina até a classe média utiliza a escola pública. 12 Talvez seja impossível explicar melhor esta afirmação em tão poucas linhas para uma sociedade tão diferente quanto a brasileira. Ver PUIGGRÓS (1991). 13 Na Argentina não existia nenhuma política de livro didático. 14 Disponível em: < www.goplher.mcye.gov.ar> Acesso em: 25 maio 99. 15 Resolução n. 561 Ministério da Educação, 17 mar. 1997. 16 Embora se apresente aqui apenas a análise do caso dos livros, outras ações como a entrega de materiais ou o envio de dinheiro direto na escola também são sugestões dos relatórios do Banco Mundial para a educação. 17 O peronismo na década 1945-1955 foi um governo de implantação de direitos universais e duradouros no qual os componentes assistenciais não foram preponderantes ,mas complementares. Foi a esposa do presidente, Eva Perón, mediante a Fundação Eva Perón quem realizou as tarefas assistenciais. Suas atividades centraram-se na distribuição de subsídios e bens materiais de diversos tipos (entre os quais livros escolares e roupas) As atividades eram justificadas como transitórias e subsidiárias até quando fosse alcançada a justiça social (TENTI, 1989; ISUANI, 1989). O menemismo, pelo contrário, apenas realizou tarefas assistenciais tirando os direitos sociais já adquiridos 18 Manual Operativo 1995: Para Trabajar Mejor.

The function of compensatory politics on education reform of the decade of 1990 in Argentina

Gladys Beatriz Barreyro

Doutoranda no Programa de Pós-graduação em educação, na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. gladysb@usp.br

RESUMO

Este trabalho discute o aparecimento e a função das políticas compensatórias na reforma educacional da década de 1990, durante o governo menemista, na Argentina, relacionadas diretamente com a reforma do Estado na época. A retórica destas políticas e da eqüidade encobria uma das características principais das políticas sociais que, na Argentina e na América Latina, tiveram o tratamento da pobreza: a focalização. Assim, as políticas compensatórias aplicadas na educação, especialmente com o Plano Social Educacional, permitiram a focalização, realizando despesas seletivas em obras e distribuição de materiais didáticos em algumas escolas, na tentativa de harmonizar os efeitos do ajuste estrutural e outorgar legitimidade à reforma educacional que se implementava.

Palavras-chave: educação argentina, reformas educacionais, políticas compensatórias.

ABSTRACT

This work discusses the emergence and the function of the compensatory politics in the education reform of the decade of 1990, during Menem government, in Argentina, which is directly related to State reform at that time. The rhetoric of the compensatory politics and equity covered-up one of the main characteristics of Argentinean, and Latin American, social politics and in Latin America had in relation to poverty treatment: focalization. In this way, the compensatory politics applied on education, mainly Education Social Plan, allowed a focused accomplishing to selective expenses, as buildings and distribution of didactic materials to some schools, which tried to harmonize the effects of structural adjustment and to grant legitimacy to education reform that was implemented.

Key-words: argentine education, education reforms, compensatory politics.

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

DOCUMENTOS

Texto recebido em 10 ago. 2003

Texto aprovado em 03 out. 2003

A meu pai(in memoriam)

  • AUYERO, J. Re-membering Peronism: An ethnographic Account of the Relational Character of Political Memory. Qualitative Sociology, v. 22, n. 4, 1999.
  • BANCO MUNDIAL. Prioridades y estrategias para la educación Washington. WB. 1996.
  • ______. El financiamiento de la educación en los países en desarrollo. Opciones de política. Washington. WB, 1986.
  • BARREYRO, G. Políticas educativas en la Argentina a fines del siglo XX: un estudio del Plan Social Educativo. Buenos Aires, 2001. Tesis (Maestría) - Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales (FLACSO), sede Argentina.
  • CEPAL. Educación y conocimiento. Eje de la transformación productiva con equidad. Santiago de Chile. 1992.
  • CORAGGIO, J. L. Las propuestas del Banco Mundial para la educación La educación según el Banco Mundial. Un análisis de sus propuestas y métodos. Buenos Aires: Miño y Dávila, 1997. p. 11-68.
  • DRAIBE, S. As políticas sociais no neoliberalismo. Revista da USP. Dossié Liberalismo-Neoliberalismo, São Paulo, n. 17, p. 86-101, 1993.
  • DUSCHATZKY, S.; REDONDO, P. El plan social educativo o los indicios de ruptura de las políticas públicas. In: DUSCHATZKY, S. (Comp.). Tutelados y asistidos: programas sociales, políticas públicas y subjetividad.Buenos Aires: Paidós, 2000. p. 121-185.
  • DUSSEL, I.; TIRAMONTI, G.; BIRGIN, A. Hacia una nueva cartografía de la reforma curricular: Reflexiones a partir de la descentralización educativa argentina. Revista de Estudios del Currículo, v. 1, n. 2, p. 132-158, 1998.
  • GENTILI, P. A falsificação do consenso Simulacro e imposição na reforma educacional do neoliberalismo. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
  • GRASSI, E.; HINTZE, S.; NEUFELD, M. Políticas sociales. Crisis y Ajuste Estructural. Buenos Aires: Espacio Editorial, 1994.
  • ISUANI, E. Política social y dinámica política en América Latina. ¿Nuevas respuestas para viejos problemas? Desarrollo Económico. Revista de Ciencias Sociales, Buenos Aires: Ides, v. 32, n. 125, p. 107-118, 1992.
  • ______. Estado democrático y política social Buenos Aires: Eudeba, 1989.
  • LAURELL, A. C. Avançando em direção ao passado: a política social do neoliberalismo. In: LAURELL, A. C. (Org.). Estado e políticas sociais no neoliberalismo São Paulo: Cortez, 1995. p. 151-178.
  • MINUJIN, A. et al. Cuesta abajo. Los nuevos pobres: efectos de la crisis en la sociedad argentina. Buenos Aires:Unicef/Losada, 1991.
  • PUIGGRÓS, A. (Org.). Sociedad civil y estado en los orígenes del sistema educativo argentino Buenos Aires: Galerna, 1991. p. 309-337.
  • RODRIGUEZ NOBOA, P. Renovadas orientaciones y tendencias de los programas de compensación social en la región. In: CEPAL, CONFERENCIA REGIONAL SOBRE LA POBREZA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 3., 1992, Santiago de Chile. Anais.. Santiago de Chile, 1992.
  • ______. La selectividad como eje de las políticas sociales. Revista de la CEPAL, Santiago de Chile, n. 44, p. 56-62. 1991.
  • SIDICARO, R. Poder político, liberalismo económico y sectores populares en la Argentina 1989-1995. In: BORON, A. et al. Peronismo y menemismo. Avatares del populismo en la Argentina. Buenos Aires: El cielo por asalto, 1995.
  • SOJO, A. Naturaleza y selectividad de la política social. Revista de la CEPAL, Santiago de Chile, n. 41, p.183-199, 1990.
  • TENTI, E. Estado y pobreza. Estrategias típicas de intervención 1. Buenos Aires: Centro Editor de América Latina, 1989.
  • TIRAMONTI, G. O cenário político e educacional dos anos 90: a nova fragmentação. Cadernos de Pesquisa, São Paulo: Fundação Carlos Chagas, n. 100, p. 79-91, 1997a.
  • ______. Los imperativos de las políticas educativas de los 90. Revista da Faculdade de Educação, USP-SP, v. 23, n. 1-2, p. 49-69, 1997b.
  • TORRES, R. M. ¿Mejorar la calidad de la educación básica? Las estrategias del Banco Mundial. La educación según el Banco Mundial. Un análisis de sus propuestas y métodos. Buenos Aires: Miño y Dávila, 1997. p. 71-161.
  • VIEIRA, E. Democracia e Política social. São Paulo: Cortez-Autores Asociados, 1992.
  • - Ministerio de Cultura y Educación (MCYE). Resolución Ministerial n. 561, 17 abr. 1997.
  • - Consejo Federal de Cultura y Educación (CFCYE). Resolución n. 29/93. Disponível em: <http://www.me.gov.ar>
  • - CFCYE. Resolución n. 33/93. Disponível em: <www.me.gov.ar>
  • - CFCYE. Resolución n. 56/93. Disponível em: <www.me.gov.ar>
  • - Ley Federal de Educación, n. 24.195. Disponível em: <www.me.gov.ar>
  • - Pacto Federal Educativo Disponível em: <www.me.gov.ar>
  • - MCYE.(1995) Contenidos Básicos Comunes para la Educación General Básica
  • - MCYE. (1992) Plan Trienal para el Sector Educación en el Contexto del Mercosur. Serie Perspectiva Internacional. Bs.As.
  • - Declaración Mundial de Educación para todos, In: MCYE. (1998) Calidad, equidad y Pertinencia. Documentos de referencia, Seminario Regional de Programas Compensatorios en Educación. Bs.As.
  • - Declaración de la Cumbre de las Américas (íd).
  • - MCYE.(1993) Revista "Zona Educativa". n. 3. Disponível em: <www.me.gov.ar>
  • - MCYE.(1999a) Revista "Zona Educativa". n. 35. Disponível em: <www.me.gov.ar>
  • - MCYE (1999b) Enseñar el futuro Disponível em: <www.me.gov.ar/EEF>
  • - MCYE (1999c) La educación argentina en la sociedad del conocimiento. Disponível em: <www.zona.mcye.gov.ar/EAC/SPA/home.html>
  • - MCYE (1998). Mejor Educación para todos. Programas compensatorios en Educación de la República Argentina:1993-1998. 187 p.
  • - PSE/FUNDARED (1999) Evaluación del Plan Social Educativo
  • - PSE/FUNDARED (1999) Informe sobre repitencia Primer informe. Fase extensiva. Datos sobre la muestra de escuelas de proyecto 1. Documento de distribución interna. Mimeog.
  • - PSE (1998) Sistematización de los resultados del operativo de seguimiento realizado en el año 1997 en 877 escuelas del proyecto "Mejoramiento de la calidad de la educación en escuelas del nivel inicial y de la educación general básica". Mimeog.
  • - El Plan Social Educativo Disponível em: <www.gopher.mcye.gov.ar:70/00/plansoc/plan> Acesso em: 25 maio 99.
  • - Criterios fundamentales de diseño de las acciones complementarias (sic) en educación. Disponível em: <www.mcye.gov.ar/pl.soc> Acesso em: 25 maio 2000.
  • - Cuatro años de políticas compensatorias. Disponível em: <www.mcye.gov.ar/pl.soc> Acesso em: 25 maio 99.
  • - Plan social educativo. Disponível em: <www.mcye.gov.ar/pl.soc> Acesso em: 25 maio 99.
  • - Presentación general. Programa I. Mejor educación para todos. (mimeog., s/f, circa 1995) 24 p.
  • - Para trabajar mejor. Manual Operativo 1995. Nivel primario.(1995) Proyecto 1, Programa I. 121 páginas.
  • *
    Agradeço a Andréa Barbosa Gouveia e a Silvia Beatriz Adoue pela revisão e comentários ao texto.
    1 O governo de Alfonsín (partido Radical) tinha acabado antes do prazo devido ao que, na época, foi chamado de golpe de mercado, desestabilização produzida pelo sistema financeiro. Assim, as primeiras medidas de governo tiveram o apoio dos radicais, questão que permitiu realizar rapidamente as mudanças de orientação neoliberal.
    2 Assim, em três anos, aplicou-se uma reforma que incluiu: a privatização da maior parte das empresas públicas, a abertura da economia, a reforma trabalhista anulando o conceito de estabilidade e a política de fixação de salários, a retração das políticas sociais e a privatização de suas funções. O modelo baseou-se em propostas de privatização, descentralização e desregulação, com o objetivo de reduzir o Estado, remetendo ao
    locus neoliberal do Estado mínimo.
    3 As versões do espanhol são da autora.
    4 A Lei n. 24049 transferiu as escolas de ensino médio (e outras) para as províncias (estados) completando um processo que tinha começado na ditadura militar (19761982). A rigor, a Constituição Argentina assinala que os estados devem prover a educação, mas isso não era cumprido já que era o Estado Nacional o responsável pela educação e ele criava escolas em todo o território. Os altos índices de alfabetização da população argentina devem-se a essa ingerência do Estado Nacional, que considerava a educação um dos eixos fundamentais para a construção da cidadania, já desde finais do século XIX.
    5 Apesar dessa situação, os sindicatos docentes formam dos poucos que sistematicamente fizeram oposição ao governo. No final da década, utilizaram uma nova forma de protesto, a "carpa blanca", uma barraca montada em frente ao Congresso Nacional onde, em forma de rodízio, os professores faziam greve de fome.
    6 As temáticas desenvolvidas neste trabalho estão baseadas em aspectos parciais da minha dissertação de mestrado "Políticas educativas a fines del siglo XX en Argentina: un estudio del Plan Social Educativo" de la Maestría en Ciencias Sociales con mención en Educación da Facultad Latino-Americana de Ciencias Sociales (Flacso), sede Argentina.
    7 RODRÍGUEZ NOBOA (1992) y (1991)
    8 Também a retórica da compensação aparece em importantes documentos latino-americanos produzidos na década, tais como o Tratado de Assunção, que formaliza o Mercosul; a Declaração Final da Reunião de Presidentes Latino-americanos de 1992 e em Educação e Conhecimento: eixo da transformação produtiva com eqüidade, entre outros.
    9 Ação semelhante com o Programa Dinheiro Direto na Escola realizado no Brasil durante o governo FHC e que é uma das recomendações do Banco Mundial para a Educação. Embora prática comum no Brasil e outros países, na Argentina não era um fato freqüente a entrega desses materiais por se considerar uma prática assistencialista. Costumava-se fazer tal distribuição nos sindicatos de algumas categorias para os filhos dos associados. Essa é uma das críticas feitas, na época.
    10 CORAGGIO (1997), GRASSI; HINTZE et al. (1994), DRAIBE (1993), LAURELL (1995) e ISUANI (1992) destacam essas características para América Latina, especialmente Brasil, México e Argentina. A focalização, aliás, não perde atualidade haja vista recentemente a polêmica desatada na imprensa e no governo Lula sobre a focalização do gasto social: "Economista do PT faz críticas à proposta social de Palocci. Focalização de programas sociais e ênfase no ajuste fiscal, em vez do externo são principais alvos". (
    Folha de São Paulo, 21 abr. 2003). "Lula teve aula sobre plano social focalizado mexicano". (
    Folha de São Paulo, 27 abr. 2003). "Acordo com o FMI prevê focalização social". (
    Folha de São Paulo, 24 abr. 2003).
    11 Essa afirmação foi comprovada numa pequena cidade da Província de Santa Fe, na qual fiz trabalho de campo. Ali, todas as escolas públicas estavam incluídas no plano, embora os dados estatísticos oficiais assinalassem que 13,9% da população era considerada pobre estruturalmente. Cabe assinalar que na Argentina até a classe média utiliza a escola pública.
    12 Talvez seja impossível explicar melhor esta afirmação em tão poucas linhas para uma sociedade tão diferente quanto a brasileira. Ver PUIGGRÓS (1991).
    13 Na Argentina não existia nenhuma política de livro didático.
    14 Disponível em: <
    www.goplher.mcye.gov.ar> Acesso em: 25 maio 99.
    15 Resolução n. 561 Ministério da Educação, 17 mar. 1997.
    16 Embora se apresente aqui apenas a análise do caso dos livros, outras ações como a entrega de materiais ou o envio de dinheiro direto na escola também são sugestões dos relatórios do Banco Mundial para a educação.
    17 O peronismo na década 1945-1955 foi um governo de implantação de direitos universais e duradouros no qual os componentes assistenciais não foram preponderantes ,mas complementares. Foi a esposa do presidente, Eva Perón, mediante a Fundação Eva Perón quem realizou as tarefas assistenciais. Suas atividades centraram-se na distribuição de subsídios e bens materiais de diversos tipos (entre os quais livros escolares e roupas) As atividades eram justificadas como transitórias e subsidiárias até quando fosse alcançada a justiça social (TENTI, 1989; ISUANI, 1989). O menemismo, pelo contrário, apenas realizou tarefas assistenciais tirando os direitos sociais já adquiridos
    18 Manual Operativo 1995:
    Para Trabajar Mejor.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      04 Mar 2015
    • Data do Fascículo
      Dez 2003
    Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná Educar em Revista, Setor de Educação - Campus Rebouças - UFPR, Rua Rockefeller, nº 57, 2.º andar - Sala 202 , Rebouças - Curitiba - Paraná - Brasil, CEP 80230-130 - Curitiba - PR - Brazil
    E-mail: educar@ufpr.br